Hoje a balança sorriu e me confirmou pela manhã: 10% a menos de massa corpórea. Isto significa que estou indo bem. Minha nutricionista certamente me fará algum elogio na semana que vem. Com 3 furos a menos no cinto, logo ele ficará para a história. Algumas camisetas começam a ficar desengonçadas e um ou outra roupa volta a servir.
Claro que a sensação é boa. Mas quer saber, ainda estou muito longe de algo para se comemorar. Ainda não se passaram 2 meses em que comecei a me cuidar melhor. Ainda falta muito, muito mesmo. Ainda tenho pavor de ver meu corpo no espelho, mas começo a fazer as pazes com o rosto. Sei que não vou chegar no meu IMC ideal em menos de 1 ano, nem seria saudável emagrecer tão rápido assim. Segundo a minha nutricionista, não é bom perder muito mais do que 5Kg por mês. O tal do fígado não gosta muito da ideia.
O mais difícil foi tomar a decisão de começar. Comer de 3 em 3 horas tem exigido um cuidado que eu nunca tive antes. Não faço nenhum dieta maluca, como quase de tudo. Mas a qualidade do que eu como mudou radicalmente. Uma coisa importante para mim tem sido substituir o prazer da comida por outras coisas. Ver e rever grandes amigos, caminhar, passear em parques, ir em teatro, cinema, exposições, não ficar parado em casa. Não assisto mais TV, vou trabalhar à pé e viajo sempre que posso. Mesmo com pouco dinheiro, você pode fazer muitas coisas bacanas em São Paulo. Basta sair de casa.
Mas outras coisas tem sido importantes. Além do cinto que pretendo trocar em breve e a necessidade que terei em breve de jogar fora quase todas as minhas roupas, outras coisas aparecem na mente. Estes dias comprei um All Star cano alto, estilo retrô. Até pensei se não ficaria estranho um senhor de quase 40 anos com uma barriga enorme de All Star por aí. Mas quer saber? Tô nem aí. Eu curto e pronto. O All Star, além da música deliciosa cantada pela querida Cássia Eler, é um companheiro de lutas. De um tempo onde muitas coisas importantes aconteceram na minha vida, onde conheci muitos dos meus melhores amigos, onde os primeiros grandes amores surgiram e aquela fase da vida, onde os sonhos floresceram e a gente acreditava que pode mudar o mundo. Bom, eu ainda acredito que a gente pode e deve mudar o mundo. Mas hoje acredito que devemos mudar a nós mesmos também… se não esse negócio de mundo melhor parece que não vai para frente.
Outras coisas que me vem à cabeça também… mudar o corte de cabelo, voltar a usar perfumes, até pensei em usar lentes de contato. Acho que esse resgate da vaidade é importante. Não é querer se sentir jovem novamente. Nunca mais terei 20 e poucos anos. Foi um tempo bom, mas passou. Hoje tenho uma nova história pela frente. Mas acho que se valorizar é importante. Se sentir bem consigo mesmo, se permitir mudar e viver coisas novas não é uma fuga para o passado, é se lançar para um novo futuro cheio de vida, aventura, paixão e descobertas.
Então… ainda estou muito obeso, mas vou bem obrigado.
Força na peruca Telles. Eu sei bem como é isso. Eu cheguei a perder 30K em pouco tempo. Hoje já ganhei um pouco mais, mas a maioria é massa muscular e não gordura.
É bem difícil no começo, mas o resultado é animador. Continue assim e você vai perceber que não somente a aparência, mas a qualidade de vida melhora muito.
Gosto de histórias como a sua. Gosto de ver como elas são escritas. Gosto de ver que são diferentes, e não tão diferentes das minhas próprias histórias.
E, não esquece que você tem uma dívida moral comigo, e eu para contigo: 40Kg a menos e uma caminhada por uma trilha hardcore!!!!