Contando histórias para pertencer – Gallipoli

De tempos em tempos alguma música me prende, escuto várias e várias vezes. Pesquiso, descubro de onde veio a inspiração, como foi gravado, procuro versões diferentes, etc.

Eu gosto muito do som instrumentos de sopro, clarinetas, oboés, sax, etc. Gosto particularmente dos metais e entre eles minha paixão atualmente é o trompete. A força que me evoca é algo viceral, é como o vento…

Esses dias uma nova música me pegou. Vem de um cantor talvez pouco conhecido, mas é um trompetista, com um timbre e estilo bem peculiar que me agradou muito. Não lembro em qual passeio pelo Spotify ele me surgiu. Mas me cativou nos últimos tempos… sei que cada pessoa lê uma obra de arte com a sua história, com seus sentimentos, com seu olhar. Gallipoli me conquistou. Na versão ao vivo abaixo temos 3 metais: o trombone, o flugelhorn (um trompete um pouco mais grave e suave) tocado pelo líder e vocalista da banda e o trompete propriamente dito.

A música surgiu durante um passeio na Itália chegando na cidade medieval de Gallipoli, havia uma procissão saindo da igreja com padres carregando uma enorme imagem de um sando e uma banda rugindo atrás. De repente os sinos de todas as igrejas da cidade começam a tocar e a procissão avança pelas ruas estreitas da cidade com paredes de pedra de uma cidade costeira em forma de forte. O momento catártico dura horas e eles se perdem pela cidade e só se dão conta de onde estão novamente no dia seguinte. No mesmo dia o autor escreveu toda a música praticamente sem parar para comer. A entrada dos metais é triunfante e ao mesmo tempo compassada. A letra evoca muito o momento de vida em que estou. Nesse movimento de querer voltar a contar histórias, de pertencer a algum lugar no mundo.

We tell tales to belong
Or be spared the sorrow

You’re so fair to be behold
What will be left when you’re gone?

And it changed everything you know
How we were when the wonders who love
Southern land, scattered clouds from the cold
And, oh, oh, oh, spare me the glow

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