O celular toca pela segunda vez, melhor ir logo. Interrompo o meu chefe no telefone e peço para ir embora. Sem problemas. Saio do prédio e logo alcanço a Avenida Paulista. Decidi não pegar o metrô. Precisava de um tempo antes de chegar ao hospital. Melhor ir caminhando. Sempre senti que caminhar pela Avenida Paulista me traz um pouco de paz de espírito. Claro, isso se ela não estiver lotada de gente como na hora do hush. Mas é cedo ainda, as calçadas largas estão vazias. Embora cercado por um mar de prédios, a sensação é como a de se andar pelo calçadão de uma praia. Praia de paulista, mar de concreto.
Lembro-me de empinar pipa na praia. Aprendi com ele a juntar algumas varetas e papel de seda para fazer uma pipa. Nunca usei cerol. A graça era subir a pipa. Ou melhor, a graça mesmo era construir a pipa. Fazer arranjos de cores diferentes, formatos diferentes. Lembro-me de fazer uma pipa em forma de estrela. Ganhei linha de pesca, o que me conferia alguma imunidade contra outras pipas mais agressivas. Uma herança paterna muito forte foi a aversão por prejudicar os outros. Era a seu modo um pacifista nato. Nada de brigas, soco ou pontapé. Parece estranho isso, mas nunca fui de brigar na rua. Nunca tomei iniciativa de combate corporal. Já com as palavras, as coisas sempre foram muito diferentes. Herdei um instinto que foi lapidado pelos anos de defender com unhas e dentes tudo aquilo em que acredito que é certo. Ele sempre foi assim. Nunca hesitou ou fugiu da raia. Não teve medo de represálias. Uma vez apareceu no jornal por isso. Ele abusou da diabetes numa discussão acalorada em público. Sua glicemia baixou e ele desmaiou. Ele sempre estava lutando por alguma coisa. Por aquilo que achava correto, por aquilo que ele acredita que é o melhor para todos, não apenas para ele. Até o final de 2007, mesmo após transplantes, enfarte, fraturas, ele estava lá no conselho estadual de saúde. Brigando por aquilo que acreditava.
Foi num destes dias em que fui encontra-lo na saída de uma reunião do conselho que eu o vi pela primeira vez de terno e gravata. Apesar de ter me acostumado com a visão de um homem de camisa, calça e sapatos brancos… eu até hoje só tinha o visto de terno nas suas fotos do casamento, nunca mais. Fora do trabalho, camiseta, bermuda, tênis ou chinelo. Ele me disse que como o secretário de saúde sempre usava terno e gravata, ele se sentia mais a vontade conversando de igual para igual. Estava mais sereno, não esbravejava tanto. Uma manifestação de grevistas do lado de fora e… não, ele não estava no carro de som. Mas estava lá na mesa do conselho. Mas lembro bem de tempos mais conturbados, ainda no inicio da década de 80. Nos pediam para não se aventurar para fora do prédio. O dia seria agitado era dia de ação. Não sabia muito bem o que acontecia, nem o que era a ditadura militar. Anos depois, as coisas fariam mais sentido.
Ele sempre assistia a TV junto comigo, mesmo a novela e os programas bestas que criança adora, como os seriados japoneses. Ele era do tempo do Nacionaro Kid e eu do Spectra Man. Meu filho gosta dos Power Rangers… pois é. Mas em uma coisa as 3 gerações se encontram… todos adoram o Pica-Pau. Quando assistíamos a novela ou o jornal, muitas vezes era cansativo. Tudo era alvo de crítica, tudo havia uma intencionalidade por trás. Lembro dele contar que ao contrário do que dizia o repórter do Jornal Nacional, apesar de greve dos médicos poder provocar a morte de alguns pacientes, os maus salários e a má gestão da saúde pública, mata muito mais gente… hoje as pessoas se preocupam mesmo é com o trânsito.
Logo passo pela Rua Augusta, lembro-me da minhas primeiras aventuras fotográficas por ali. Fui fotografar os carros a noite. Ganhei minha câmera já com uns 18 anos. Uma monoreflex moderna, bem diferente das antigas Minoltas dele. Mas ele me deu apenas uma lente, uma 50mm. Foi com ela que eu aprendi a fotografar antes de comprar outras lentes. Ganhei alguns filtros antigos dele também. O meu predileto sempre foi o polarizador que encaixa na minha 50mm e tenho até hoje. Guardei por muito tempo o ampliador P&B que ele tinha. Nunca tive espaço para montar um pequeno laboratório. Quando me casei e deixei de morar em apartamento, já não havia mais nenhuma peça praticamente. Ainda resta uma ou outra lente do ampliador. Quando pequeno, eu adorava queimar papel com elas usando a luz do sol. Meu pai tinha caixas e caixas de slides, negativos, fotos, álbuns etc e tal. Na parede de casa sempre tinha as nossas fotos na parede. Menos a dele, é claro. Ele estava sempre fotografando. Suas fotos sempre fizeram parte da nossa infância. Ainda guardo comigo as fotos da minha infância num dos álbuns que montaram para cada um dos filhos.
O sol da Avenida Paulista se mistura com o vento frio canalizado entre os prédios. Algumas nuvens escuras deixam claro que a chuva virá mais tarde. Resolvo parar no McDonalds para comer algo no caminho. Não é hora de almoço ainda, não há filas. Me lembro da primeira vez que fui no McDonalds no Shopping Morumbi recém inaugurado. Realmente meu pai era um diabético que curtiu a vida. A gente sempre adorou Junk Food. Antes íamos ao Jack In The Box, que faliu numa ação clara de Trust do McDonalds que chegou no Brasil com um preço bem abaixo da concorrência. Na última vez que fomos no Jack In The Box, meu pai já quase que se despedia do lugar. Até Junk Food servia para uma aula de economia. Trust, Monopólio, Cartel, coisas que nunca são citadas nas aulas de micro-economia-na-ilha-de-Robinson-Crusoé estavam em pauta lá na lanchonete.
Eu demorei para entender porquê meus amigos da escola eram tão mais abastados do que eu. Eles voltavam das férias contando sobre as suas viagens para a Disneilandia, Europa, Búzios enquanto eu ia para Itanhaém onde conseguíamos um canto emprestado de um amigo ou parente. Nunca tivemos patrimônio. Nem casa própria, nem ações, nem poupança.
Mas tivemos uma vida emocionante. Viajamos quase todo ano, almoçamos fora, íamos ao cinema, Play Center, Ibirapuera, e um montão de coisas que podiam parecer pequenas perto da opulência dos amigos da escola, mas é muito mais do que a maioria deles já teve. Pais que estavam sempre conosco. Um pai que levava todos os amigos para passear de moto, que fazia minhas pipas e pintava as bolhas dos meus carrinhos de autorama. Não posso esquecer dos passeios de bicicleta. Um montão de moleques indo pela Avenida Ibirapuera com meu pai atrás na Caloi 10 dele. Sim senhor, tem coisas que não se podem comprar. Pais assim não tem preço. Foram tantas as histórias, como a caça aos ovos de páscoa no prédio, que culminou com o tesouro de um ovo enorme… parecia ter um metro de altura para mim. As festas de aniversário com meu pai de DJ, efeitos especiais de iluminação e tudo o mais.
Terminei de comer rápido, a ansiedade e o stress sempre me deram fome. Não que eu coma muito mais do que quando pequeno. Mas antes eu não tinha a vida sedentária de hoje. Uma vez depois de um longo dia no clube chegamos em casa, meus pais exaustos e eu querendo brincar… meu pai me mandou ir correr 4 voltas em volta do quarteirão… e eu fui, dei lá umas 15 voltas. Eu sempre fui guloso mesmo. Queria o doce mais caro, um salgadinho a mais… e não me lembro de me negarem algo. É claro que tudo tinha limite. Mas meu pai era um negociador habilidoso. Não era bem um “não”. Era uma negociação para um futuro “sim”, um “sim” mais viável.
Verdade seja dita é que meu pai não se tornou pediatra ao acaso. Depois de conhecer o neto, meu pai me dizia que gostava de criança em qualquer época da vida. Bebê, criança, adolescente. Não havia como duvidar. Foi um bom pediatra sem dúvida. As consultas sempre demoravam 40, 60 minutos. Longas conversas com os pais, conversas com as crianças também. É notável que ele sempre pareceu ter um talento natural para isso. Nunca apanhei, uma vez na verdade. Mas ele me pediu desculpa horas depois. Mas numa das piores coisas que já aprontei não mereceram sermão. Ele apenas olhou para a minha cara com decepção e falou uma ou duas palavras. Mas eu nunca mais esqueci disso.
Na saída, arrematei uma casquinha e me pus a comer no caminho. Um pouco mais adiante contei as moedas e comprei um maço de cigarros. Engraçado imaginar alguém que optou tão cedo pela vida breve e farta nunca ter fumado ou bebido. O seu vicio era o mais letal para alguém com Diabete Juvenil: o açúcar. E junto com ele, curtimos a vida adoidado. E nunca o vi se arrepender da sua opção. Nos 10 anos que se seguiram do infarte e inversão de papeis dentro do hospital, nunca o vi reclamar, nunca o vi resmungar, exceto é claro, da qualidade da comida. Estava sempre de bom humor. Chegamos a comemorar seu aniversário no hospital com violão e tudo o mais. Não fosse isso, certamente ele não teria sobrevivido a tantas intervenções: infarte, catarata, glaucoma na vista, transplante de córnea, 2 anos e tanto de hemodiálise, transplante de rim e pâncreas, fratura de um fêmur, fratura do outro, sangramentos na retina, escaras no calcanhar, etc. etc, etc. Sim, muita vontade de viver. E digo mais. Engana-se quem pense que fora do hospital ficou parado. Lembro-me de ir ver o Iamandú Costa, numa reedição da “Rua do Choro”. Não teve o Altamiro Carrilho, como outrora, mas estávamos lá. E sempre me contava de um show, de um lugar, de uma viagem uma teoria sobre a conjuntura política mundial e por aí vai. Diria que seu vício mesmo, sempre foi a vida.
É duro pensar como passei um tempão sem ver tanto dele em mim. Depois de perder uma filha, num carro que ele mesmo dirigia, perdeu um ano depois a esposa. Não posso avaliar a sua vida como marido, não cabe a mim fazer este tipo de comentário. Mas eu fiquei magoado nesta época. Eu tinha os meus 18 anos, estava ganhando o mundo, meu primeiro emprego sério, com bom salário e coisa e tal. Não queria dele os defeitos, suas piadas que se repetiam, sua forma dura de defender suas convicções. Fui morar com a minha mãe e me afastei muito. Mas ele se casou de novo, e a este casamento ele certamente deve uma nova vida que perdura até hoje. Tomou rumo e foi alguns anos depois que a diabetes começou a cobrar seu preço com juros. E foi na sua forma de encarar tudo que eu o reencontrei como uma pessoa fantástica, com um sem número de amigos leais que eu nunca tinha ouvido falar. Com bom humor perante os infortúnios e com mais sabedoria. Passei a admitir que também gosto de filmes da Sessão da Tarde e não apenas dos filmes Cult do Espaço Unibanco. É claro que tenho que lhe creditar o fato dele ter me levado para assistir na cinemateca o “Mon uncle” do Jacques Tati e outras pérolas como o Frankstein original em P&B.
Alias, foi na adolescência que me vi escutando os antigos discos em vinil do meu pai. Não eram apenas a coleção dos Beatles que nunca deixei de escutar. Foi o Deep Purple, o Credence Clewater, The Who, os discos da Marcus Pereira, do Milton, Chico e Elis, do Beethoven e tantos outros. O aparelho de som que ganhei lá pelos meus 12 ou 13 anos ainda funciona e hoje é meu filho que está com ele. Já tem bem uns 20 anos e sobrevive firme e forte. E hoje sou eu quem mostro o Pink Floyd, o Led Zeppelin e claro, os Beatles para ele escutar no seu Ipod, que ele liga no aparelho de som que já foi meu.
Passo pelo Masp. Penso se meus filhos também pegarão meus discos emprestados, irão em museus por conta própria, colocarão uma barraca nas costas e sairão para viajar sem destino como eu. Será que eles também carregarão um pouco das minhas histórias neles mesmos? Será que alguma influência positiva ficará para eles? É claro que eu nunca fui tão inteligente quanto ele. Minha mãe me dizia que o apelido dele antes de entrar na faculdade era o de “barsinha”. De fato, um conhecimento vasto sobre um pouco de tudo. Passou em 5º lugar na faculdade de medicina da USP, fez mestrado e começou o doutorado. É claro que ele não foi fazer mestrado em saúde pública à toa. A opção pelo público, a opção pela luta de classes foi clara. E é claro que foi minha mãe quem lhe trouxe esta influência. Mas ele a levou até o fim. Na epopeia de consultas em médicos de todos os tipos em que ele foi se tratar após o infarte, conheci muitos dos seus colegas de faculdade. Todos estão bem de vida, tem um padrão bem mas confortável. Ele não. É claro que ele nunca juntou dinheiro. Mas a opção não foi apenas por viver cada dia como se fosse o último: não optou por uma carreira de prestígio como especialista tal qual seus colegas também brilhantes. Optou pela saúde pública, pelas melhores condições nos postos de saúde, por investigar a questão da desnutrição infantil.
Foi assim que ele se viu em sua tese de mestrado. O mestrado levou incríveis 5 anos para ser concluído. Pesquisa quantitativa e qualitativa. O transferiram mais de uma vez para que ele não concluísse um ciclo satisfatório de coleta de dados… o tema do mestrado? Uma crítica sobre os programas de distribuição de leite em pó. Um assunto que não agradou muita gente com muito dinheiro. Depois de 5 anos de trabalho, não teve nota 10 com louvor. A banca lhe conferiu nota 8 e apenas o orientador nota 10. Hoje não se dá mais notas. Mas para quem conheceu o sistema da época, sabe que isso foi um tanto humilhante. Anos depois o doutorado falava sobre o aproveitamento de “refugo” do benefício de grãos em programas de combate a desnutrição infantil. Desta vez deram um jeito de lhe cortar a bolsa no meio da pesquisa e enfim ele teve que desistir. Não da vida pública, mas do doutorado. Não, não precisa lhe chamar de doutor. Este título não lhe cabe enfim, mas ele nunca fez questão deste tipo de coisa. Mesmo porquê… seu currículo, se bem me lembro, dava um catatau de folhas, umas 40, e ele não precisaria de doutorado para ser respeitado pela sua história de vida.
Sim, foi durante o mestrado que o primeiro computador apareceu em casa. Um CP 400 onde ele começou a escrever. Logo veio a impressora, uma P500, também da Prológica. E depois veio o Apple II e o Apple IIe e enfim o primeiro PC já era um 386sx. Uma vez ele me pegou desmontando o Apple… ficou uma fera. Demorou um tempo para eu parar de quebrar as coisas e começar a conserta-las. No começo eram os brinquedos, e logo eu já desmontava os eletrodomésticos e outras traquitanas. É claro que eu nem sempre conseguia montar tudo de novo…
Esse gosto por montar e desmontar começou cedo. Com brinquedos com porcas, parafusos, blocos, kits de montagem, etc. Mas uma das coisas mais bacanas era ajudar meu pai quando ele resolvia bancar o marceneiro. Tinha uma bancada Hobby, serra tico-tico, formão, furadeira, etc. No final, eu sempre me lembro da gente montando um novo portão para segurar os cachorros num canto do quintal, e eles sempre destruírem tudo no final. O último dos portões de madeira foi eu quem construí sozinho. Também foi destruído. Um serralheiro pois um ponto final na questão depois de anos. Estes dias estava eu construindo um novo estrado para a cama do meu filho, que foi destruído depois de tanto pularem na cama. O mais novo já está lá… sempre querendo ajudar e vez ou outra eu acho algo onde ele possa ver o produto do seu trabalho se concretizar. Sempre achei que o construtivismo lá da pedagogia vinha de alguma coisa assim…
Estou chegando no hospital, saio da Avenida Paulista. Acendo um último cigarro. Ando um pouco mais devagar. Sempre que eu vou vê-lo no hospital fico pensando num monte de coisas que eu gostaria de lhe dizer. Já ensaiei esta carta várias vezes. Durante a caminhada não poderia ser diferente. Quando chego lá, todos saem do quarto. Me deixam a sós com meu pai, como se eu quisesse privacidade. A verdade é que nunca soube o que lhe dizer ao vivo. Escrevo tarde demais, agora. Na hora as palavras me faltam e mesmo agora as teclas vacilam várias vezes. Tanta coisa que pensei e lembrei e não escrevi. Acho que nunca poderei fazer jus ao meu pai. Nunca poderei lhe retribuir a altura. Não fui visitá-lo com freqüência, nem mesmo depois que o neto nasceu. Mas espero que eu possa me desculpar sendo um bom pai também. Talvez eu tenha aprendido algo de bom e possa transmitir um pouco do carinho que recebi. Talvez meu filho também se canse de ouvir que eu o amo e da insistência por um abraço.
Não sei… mas sei que você, pai, não passa desapercebido pela vida. Deixou muita coisa viva em mim e em tantas pessoas que eu nem sei o nome. Sei que provavelmente você mesmo ainda vivo não possa mais ler ou ouvir estas palavras. Mas as deixo para o mundo. O mundo ao qual você me trouxe e me ensinou a viver nele. Um mundo de despedidas sim, mas de muitos encontros, como dizia o poeta. Um mundo cheio de contradições e injustiças das quais não conseguimos ainda nos desfazer, mas sobre tudo um mundo onde ainda se vale a pena viver e lutar por ele.
“And in the end
The love you take
Is equal to the love you make”
Lennon/McCartney
Carai … tu vai fazer muito marmanjo chorar …
Perdi meu pai a mais de 17 anos, e fui um dos marmanjos que choraram lendo isso. Especialmente porque aprendi a gostar dos Beatles de tanto ouvir junto com meu pai, nas vezes em que ele me levava junto para o trabalho. Lembranças que hoje só posso deixar para meu filho…
Com certeza a profundidade dos fatos marca a vida de cada um de uma forma singular, sejam bons ou maus momentos. É importante aproveitar cada momento como se fosse único. É importante conversar com os amigos, com a família. Dizer quanto amamos cada um dos que nos cercam, cada pessoa que é importante para nós. Nunca sabemos quando veremos essa pessoa novamente. Não sabemos se a veremos daqui a 5 minutos. A profundidade do teu texto mostra o quanto é importante a profundidade dos valores adquiridos na vida, sejam eles éticos, morais, sociais, religiosos, culturais. Com certeza sempre herdamos hábitos e acabamos por mantê-los, hábitos estes que nos fazem lembrar do passado e projetar um futuro. Com certeza, muito mais do que dor vemos traços de alegria pela convivência que tiveste. Essa é a maior herança que podes levar para o futuro. Força e sucesso cara!
Seu texto é de uma sensibilidade que nos toca o coração. Não conheci seu pai, mas pelo que escreveu posso dizer que você teve a sorte de ser educado por duas pessoas maravilhosas. E tenho certeza que saberá passar esta sensibilidade herdada de seus pais para os seus filhos.
Hoje, eu também encontro muito do meu pai em mim. Inclusive, coisas que eu sempre detestei nele.
Seu texto resgatou varias lembranças esquecidas na minha mente.
Putz…
Muito bonito isso cara.
Anos depois, ainda me emociono lendo a mim mesmo… Saudades do meu pai. Para quem não sabe, ele faleceu no dia seguinte em que escrevi isso. Foi bem tranquilo, e o neto dele corria sorrindo pelo jardim do cemitério, do jeito que ele gostaria que fosse. Acho que todos concordamos com isso na hora.
Tenho me esforçado para ser um bom pai hoje, espero que possa levar algo de bom para o meu filho. Será que um dia ele vai entender tudo isso? Sei que tem sido muito bom passear toda semana com ele.