Vandalismo nas ruas

Hoje vi um recorte de jornal falando sobre um grupo de vândalos que faz pichações nos muros das ruas com menções a escândalos políticos. Já não é a primeira vez que eu vejo o uso da palavra Vândalo para se referir a atos de destruição e selvageria. A maioria das pessoas sabem que os Vândalos foi mais um dos chamados “povos bárbaros”. Lendo um pouco mais, descobrimos que eles eram de origem germânica e migraram diversas vezes pela Europa até se instalarem no norte da África ocupando a região de Cartago. Ocorre que eles um dia invadiram Roma e a saquearam por duas semana. A riqueza saqueada por eles tinha como fruto os saques romanos, particularmente a pilhagem romana nos templos de Jerusalém. Resultado, ladrão que rouba ladrão…

Mas a história contada pelos Romanos sobreviveu, e tudo que não era Romano nesta época era considerado Bárbaro. E assim, os Vândalos foram crucificados como o sinônimo de saqueadores inescrupulosos. Bom… os Japoneses chamam os não japoneses de Gaijin, os Texanos (cujo território fazia parte do México) gostam de praticar tiro ao alvo com os Mexicanos, os paulistas e cariocas também vivem tirando sarro um do outro e jogo de futebol entre Brasil e Argentina é sempre um evento a parte. Mesmo assim os Vândalos se deram mal na história enquanto os Romanos são considerados pelo ocidente como o berço da civilização.

Mas os nossos jornalistas são mesmo impagáveis. Ao invés de tratar uma manifestação pública como uma expressão popular (o que era muito comum nas décadas de 60 e 70), tratam eles como lixo humano. É claro que só a imprensa tem o papel de porta voz da verdade. Como ousa um pixador de muros fazer acusações infames pelos muros cidade? Manifestações populares são sinônimo de barbárie. Lembro-me de uns anos atrás quando eu estava trabalhando nas imediações da Av. Paulista e um grupo de professores realizavam uma manifestação na avenida quando se ouviu barulho de tiros. A cavalaria havia passado por cima dos professores sobre ordens do comandante. O mais curioso é que as pessoas no trabalho aprovavam o gesto com entusiasmo e só faltaram aplaudir a polícia. Bom, minha mãe é professora, fez mestrado e tem um currículo que enche fácil mais 50 páginas. Curiosamente, ela ganha menos que eu que tenho uma carga horária menor e trabalho ativamente há apenas 6 anos com informática. Curiosamente estas pessoas que refutam as manifestações populares são as mesmas que pregam que a população é mal escolarizada. Curioso, não?

Não vou aqui enaltecer a memória dos Vândalos nem os pichadores, mas a cada dia que se passa leio menos jornal e acompanho mais os canais de mídia independente. Pelo menos eles não se auto-intitulam como porta-vozes da verdade.

5 comentários

  1. Pootz mano!

    Essa história sobre Vândalos é deveras interessante.

    Concordo plenamente com você. O único senão, é que vivemos em uma época em que há diversas outras formas de manifestação e a pixação é a pior delas e na minha opnião a de menos crédito – (será que não foi o adversário político do cara que não mandou pixar o muro?).

    De qualquer forma, os valores da nossa sociedade estão invertidos sim.

    Professor, médico, policial… Deveriam ser profissões invejáveis.

  2. Olha assim, se o homem cultivar as coisas viveremos muito mais, eu aposto com você se não foi o politico adversário quem o mandou pixar.
    thau boa sorte rapazes

  3. acho o vandalismo uma covardia pois as pessoas precisam do que destroem tipo a escola varias pessoas fazem vandalismo so que elas nao sabem que estão destroindo uma coisa pública que um dia irão precisar

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