Preciso ir para casa

Alguns filmes que podem não ser assim espetaculares, mas que tem lá um significado especial pra cada um. “Quase Famosos” é um dos meus filmes prediletos até hoje. A história é verídica, mas alguns fatos e personagens estão embaralhados na narrativa por motivos óbvios, além de se encaixarem melhor no formato do filme.

Lá pelas tantas, o bicho está pegando, as relações estão desgastadas, como em toda banda que viaja junto e vive momentos intensos um depois do outro. Em dado momento, estão todos no ônibus de excursão da banda, quietos, com suas angústias e suas dores. E aí a mágica se faz… de forma muito sutil, envolvente. Começa a tocar Tiny Dancer do Elton John. E um a um os personagens começam a cantarolar juntos. Por um momento, a música une o grupo e um momento de alívio se faz. Laços se refazem.

Na pandemia eu acompanhei muito o trabalho da Mônica Salmaso, que fez uma série de vídeos cantando com parceiros de todos os cantos de forma remota. A música, a arte, tem esse poder de ressignificar as coisas, de trazer vida para momentos difíceis como aquele período. Vale a citação manjada de Nietzsche: “Sem a música a vida seria um erro”. Não precisa ser exatamente a música, pode ser a dança, o cinema, o teatro, etc.

E voltando ao filme, no meio do daquela catarse, o personagem principal fala para Panny Lane:
– Preciso ir para casa!

E ela faz sinal para ele se calar gentilmente e responde:

– Você já está em casa.

Eu acho a cena incrível!

E vira e mexe uma música, um filme, um quadro, marcam nossas vidas. Por trazer um significado, por trazer um sentimento de pertencimento entre pessoas, ou por expressar aquilo que a gente não conseguiria falar, com simples palavras.

E você, tem um momento assim na sua vida?

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